
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Darkness IX - Amor Eterno

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Darkness VIII - Sim, ela tornou-se imortal
As horas já estavam avançadas e a tempestade já tinha acalmado quando se deram conta que precisavam sair dali antes do primeiro raio de sol machucá-los com sua luz. Saíram de mãos dadas rumo ao quarto escuro. Nenhuma palavra era dita por eles, porém Sara ainda tinha muitas dúvidas a respeito das mudanças que vinha sofrendo. Não suportando mais o silêncio angustiante, ela falou:
- Herus, sei que não devo fazer tantas perguntas, mas sinto-me angustiada com todas essas mudanças que venho sofrendo. É estranho, mas sinto que não sou mais humana. Só tu podes me explicar tudo o que está acontecendo. Diga-me a verdade, você me transformou numa vampira? Vou ter que me alimentar de sangue daqui prá frente? Vou ter que fugir das estacas, da água benta e do alho? Vou me decompor na luz do sol?
- Achei que não fosse mais me importunar com suas perguntas, meu amor. Acho que você tem obsessão por vampiros. - disse em meio a risadas.
- Me responde, por favor! O que está acontecendo?
Herus baixou a cabeça e olhou profundamente nos olhos de Sara em seguida. Sabia o quanto ela estava confusa por não ter as respostas que tanto precisava. Decidiu, então, começar a explicar tudo o que estava acontecendo, até porque ela já estava pronta para saber.
- Meu amor, durante toda sua vida tenho te acompanhado. Recebi a missão de guardar você, de te proteger do mal. Muito me entristecia seu sofrer, mas eu nada podia fazer antes da hora. Você parecia não se conformar com a vida que era obrigada a ter e pedia todas as noites para morrer.
- Sim, já desejei estar morta muitas vezes.
- Eu sei, querida. Eu estava em todos os lugares que você estava apenas te guardando e te observando, até que um dia me foi dado o consentimento para trazer você para o meu mundo, este mundo que você está vendo agora.
- E você me sequestrou...
- Exatamente. Eu tirei você de lá e te trouxe para cá com o intuito de deixá-la longe de tudo o que a atormentava, tendo assim, tempo para pensar e tomar sua grande decisão.
- Decisão? - Sara perguntou meio confusa.
- Sim, não adiantaria somente trazer você prá cá, afinal, para fazer parte do meu mundo, você teria que ser como eu. Você teria que decidir fazer parte deste mundo, teria que apreciá-lo e, por isso, ficou tantos dias presa.
- Mas depois você me libertou.
- Eu dei a opção de você partir, de voltar para o seu mundo, porém por algum motivo você decidiu ficar.
- É verdade, meu amor. Eu não quis voltar prá minha vida de antes, pois me encontrei plenamente em meio a toda esta escuridão.
- Bom, no momento em que decidiu ficar, o Ser que está acima de mim entendeu como uma renúncia definitiva ao que existia antes e, a partir dali, começou a sua transformação lentamente.
Sara ficou muito assustada com tudo aquilo e perguntou:
- Estou me transformando numa vampira sugadora de sangue?
- Você agora é como eu, imortal. É claro que ainda precisa aprimorar os poderes que aos poucos lhe estão sendo concedidos, mas isso se aperfeiçoará com o tempo. Não se preocupe, querida, agora você terá toda uma eternidade para isso. Só peço para que não me pergunte tantas vezes se sou ou não um vampiro ou se você está se transformando numa. Este assunto está ficando chato demais para o meu gosto.
Herus desapareceu em seguida. Sara foi caindo lentamente no chão, parecendo não acreditar em tudo o que acabara de ouvir.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Darkness VII - O Beijo na Tempestade

Herus a visitava todos os dias, sendo que, na maioria das vezes ela estava dormindo. Por um lado ele até achava melhor, afinal, desta forma jamais seria importunado com tantas perguntas. Ele sabia que ela já não mais precisava dormir, mas aquele repouso poderia fazer bem na sua iniciação.
Em uma noite tempestuosa em que raios e trovões pareciam rasgar o céu, Sara recebeu a visita do seu amado. Desta vez, ela estava acordada adorando ouvir o som da tempestade.
- Venha comigo, querida. Vamos sair pela floresta para apreciar mais de perto este espetáculo.
- Será um prazer, querido.
E saíram os dois pela floresta totalmente despreocupados. Pareciam estar fortemente ligados por uma força sobrenatural, mágica. Sara não mais fazia perguntas, queria apenas aproveitar cada segundo ao lado do seu amor. A cada relampejar, ela podia ver rapidamente o rosto daquele que arrebatara seu coração. Sentia um pouco de dor nos olhos por causa da claridade dos relâmpagos, mas parecia não se importar.
Depois de algum tempo sob a tempestade, refugiaram-se debaixo de uma velha árvore e beijaram-se vorazmente, dando início a algo que, embora não tivesse como ser explicado, era sentido e apreciado por ambos.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Darkness VI - Ainda mortal?
No silêncio, eis que ele apareceu na escuridão com sua capa preta. O coração de Sara bateu mais forte ainda, parecendo saltar pela boca. Era nítido o amor naquele momento e, por impulso, ela o abraçou. Ele, por sua vez, retribuiu o abraço docemente.
- Não deveria sair pela floresta sozinha à noite, minha querida. Ela está cheia de criaturas que podem machucar você.
- Eu estava a sua procura, senti sua falta e não tive medo de sair.
- O medo às vezes é necessário, mas orgulho-me da sua coragem.
- Foi você que me trouxe de volta? Acho que eu não saberia voltar sozinha. Andei demais e acabei adormecendo.
- O importante é que você está aqui em segurança.
- É impressionante como suas respostas são complicadas. Basta responder sim ou não, mas você insiste em complicar. Os vampiros são sempre assim? - Sara falou meio irritada.
- Em primeiro lugar, nunca te disse que sou um vampiro e, em segundo lugar, não tenho o dever de responder suas perguntas que são muito incovenientes por sinal. Se quiser compartilhar sua vida ou sua morte comigo, terá que controlar sua curiosidade.
- Você nunca disse ser um vampiro, mas também nunca negou. Se bem que eu já vi seu reflexo naquele espelho quebrado e, pelo que me consta, a imagem dos vampiros não é refletida nos espelhos. Mas humano eu sei que você não é.
Um riso sarcástico tomou conta do lugar. Sara sentiu-se envergonhada e Herus disse:
- Devo desconsiderar estas palavras, pobre mortal, para o seu próprio bem. E, por falar em mortalidade, achas realmente que ainda és mortal? Não tens sentido-se diferente? Qualquer mortal estaria literalmente morto depois de tantos dias sem comer ou beber, minha querida.
Sara admitiu que ele tinha razão e já não estava tão certa se ainda fazia parte do mundo dos mortais.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Darkness V - Saindo pela floresta sombria

Se havia semelhança ou não entre Herus e o Deus da mitologia grega, Sara não sabia ao certo, mas de uma coisa ela tinha certeza, havia amor naquilo tudo. Um estranho amor estava nascendo em seu coração, capaz de mudar até mesmo o que poderia parecer imutável.
A noite ia caindo e ela mais uma vez sentia a falta daquele que, de uma forma especial, vinha mudando sua vida. Sentiu a saudade apertar-lhe o peito e, não querendo mais permanecer inerte naquele quarto, decidiu sair a procurá-lo. Era a primeira vez que saía do quarto depois de todo aquele tempo. Respirou fundo e saiu pela floresta coberta pela névoa. Admirou a lua majestosa quase totalmente escondida por toda aquela neblina. Sentiu um frio na espinha, mas continuou procurando por Herus.
Quanto mais ela andava por entre as árvores, menos conseguia enxergar. Ela o chamava, mas só ouvia os ruídos noturnos da floresta. Ouvia passos, mas não o encontrava. Mal sabia que, escondido pelas sombras, lá estava ele, guardando-a. Não queria aparecer, queria apenas vê-la misturada ao ar sombrio da floresta. Gostava de observá-la e de ouvir sua voz soando como música ao chamar seu nome. Se a encontrasse naquele momento, toda aquela magia seria interrompida por perguntas que só os mortais insistem em fazer nas horas mais impróprias. Decidiu, então, continuar seguindo sua amada pelas sombras.
Depois de muito caminhar sem sucesso, Sara sentou-se no chão, adormecendo em seguida quase que por encantamento e, não contente em apenas ver aquela cena, Herus chegou bem perto e lhe deu um beijo delicado nos lábios. Em seguida, deitou ao lado dela.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Darkness IV - Herus... Eros
Um nome martelava insistentemente na sua cabeça: Herus. O misterioso Ser das Trevas agora tinha um nome, um belo nome por sinal. Ela o repetia em voz alta várias vezes e, embora não soubesse ao certo sua grafia, lembrou-se da história do Deus Eros da mitologia grega, o mais belo dos imortais, o Deus do amor. Teria, entre os dois, alguma semelhança?
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Pecado

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Darkness III - Muito Prazer, Herus
A pobre moça tinha vontade de sair daquele quarto, mas já não tinha certeza se queria voltar prá sua vida de antes. Finalmente ela passou a enxergar a escuridão de uma forma diferente e, por que não dizer, sensual. Sentia-se plena na solidão e não debatia-se mais desesperada na cama. Foi aprendendo a ter calma, a gostar de tudo aquilo.
Certo dia, enquanto Sara fazia a única coisa que lhe cabia naquela condição, que era pensar na vida, o Ser das Trevas apareceu em sua frente, como num espetáculo de mágica.
- Assustei você, querida? - perguntou.
- Faz tempo que não me assusto com coisa alguma. Por que não apareceu mais?
- Hummm... Vejo que sentiu minha falta e isso é bom. Na verdade imaginei que você tivesse partido depois daquela nossa conversa.
- Partido? Você só pode estar brincando comigo!!! Como eu poderia partir se a porta estava trancada?
- Engano seu, meu amor. A porta estava aberta desde aquele dia. Você estava livre desde então para voltar para sua vidinha de sempre.
- Não acredito!
- Sim, pode acreditar. Você está livre.
- Mas se você achou que eu tivesse ido embora, por que deixava minhas refeições perto da porta?
- Eu não deixava, meu amor. Parei de servir também desde aquele dia. O que você via era o reflexo do que sentia falta. Neste caso, essas refeições simbolizavam ternura, afeto.
- Você está querendo dizer que a comida, a bebida e a rosa só existiam no meu pensamento?
- Exatamente. Eram como miragem, mas eu cuidei para que não ficasse com fome durante esse tempo.
Sara sentou-se na cama parecendo não acreditar no que estava acontecendo. Sentiu-se muito confusa e perguntou:
- Qual o seu nome? Pelo menos isso eu preciso saber.
- Muito prazer, Herus. - respondeu estendendo uma das mãos.
- Você é um vampiro?
- Vocês mortais são engraçados. Não podem ver nada fora do comum que logo acham que trata-se de vampiros, fantasmas... - disse dando risadas.
- Então mostre-me seu rosto, saia dessa escuridão pelo menos para que eu possa te ver melhor.
- Calma, querida... Tudo tem que ser feito no tempo certo. Agora tenho que ir. Ah! Antes que eu me esqueça... se quiser partir, a porta continuará aberta.
Herus desapareceu em seguida. Sara olhou para a porta e, por um momento, teve medo.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Delírios febris
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Darkness II - O primeiro diálogo

domingo, 7 de fevereiro de 2010
Negras rosas
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Darkness - O quarto escuro

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Noites de Mistério

Noites frias trazem a brisa das lembranças que nem sempre queremos lembrar.
O vazio insistente no peito e a saudade do que nem chegamos a viver
nos consomem pouco a pouco.
As lágrimas contidas desfiguram uma alma cheia de mistérios.
Não há distinção entre o bem e o mal
E o sofrer traz uma estranha sensação de prazer.
O sangue ferve nas veias,
a respiração ofegante transforma-se num som enlouquecedor.
Não há como fugir do monstro que existe dentro de cada um de nós,
das sensações mais estranhas e dos pensamentos mais traiçoeiros.
Porém, as noites não serão eternas
e o amanhecer trará uma estranha normalidade.
E, nesta pseudo-sensação de que somos meros mortais,
o que nos acalenta é saber que a luz do sol logo se esconderá novamente...
e celebraremos outro anoitecer...